A vida sempre é curta
Mas não basta apenas viver
Tantos perdem-na tão de repente
Sem vê-la ao menos florescer
A verdade está nua
Ninguém quer enxergar
O destino vira a rua
Pronto para atacar
De que adianta fazer planos
Eles são feitos para durar
Queremos viver muitos anos
Aprender errando e recomeçar
E se o destino bate com força
E não nos permite errar?
Todos nascem para viver
Amar, chorar, aprender
Sonhar, acreditar…
Até se arrepender
Mas o destino ninguém explica
Levar uma vida tão inocente
Por ironia ou crueldade
Quem conforta nossa gente?
Quando alguém sem coração
Apaga a chama tão de repente?
Em 7 de fevereiro de 2007 foi tirada de repente e de forma cruel a vida do menino João Hélio, de apenas 6 anos. Sua mãe, Rosa Cristina Fernandes, parou no sinal de trânsito, quando dois homens abordaram o veículo. Ela e sua filha saíram rapidamente, mas quando a mãe tentou retirar seu filho, este ficou preso no cinto de segurança. Um dos assaltantes bateu a porta e arrancou com o carro.
O crime aconteceu no subúrbio carioca, onde a criança foi arrastada por mais de 7km. Mesmo com todos os gritos de socorro das pessoas que presenciaram a cena, os bandidos não tiveram piedade. Lembro-me cristalinamente desse dia, do quanto ficamos chocados, tristes e indignados.
O destino não poupa nem os inocentes… Estou desiludido.
*As fotos que ilustram o post são de protestos do movimento Rio de Paz